28 fevereiro, 2008

Meus convidados para postar no Blog


Estou trazendo para o meu blog duas pessoas muito especiais, em vários sentidos. Um deles é LOUIS GÜNTHER WITTMANN, chef amigo meu, talentosíssimo!!! Uma de suas especialidades são os pães.
O outro é VINCENZO GAGLIARDINI, enólogo, mora na Itália na região de Marche. Um estudioso e apaixonado por vinhos. Ele vai nos contar sobre a história dos vinhos de uma maneira fascinante, ainda estou traduzindo. Em cada receita deste blog, ele nos dará uma sugestão de vinho.

11 fevereiro, 2008

História do Vinho - Parte 1



A história do vinho é antiga…. Antiquíssima…..para não dizer Arcaica….tanto que se confunde com a origem da humanidade.
“vinho” tem origem da palavra sanscrita (antiga lingua Indiana) “vena” formada da raíz ven (amar), ou Venus, Deusa.
O vinho no fim da antiguidade, foi sempre um símbolo do amor, da alegria de viver. Um nectar capaz de relaxar o corpo, provocar embriaguez para aqueles que apreciam a qualidade deste nectar, facilitar a troca de comunicação, mas também colocar o homem em contato com o sobrenatural.
Com paixão se narra também, que o vinho foi descoberto casualmente. Qual será a verdadeira patria da videira? (Vitis Vinifera Sativa), é uma descendente da Silvestris? Em que período se começou a utilizar esse fruto para preparar o subime suco (vinho).?
Responder a tal pergunta não é simples, se bem que, foram feitos estudos detalhados à respeito. As documentações dignas de confiança,
se confundem com a lenda, mitologia, religião e poesia, tornando impossível distinguir a história do mito.

Foi escrito, e se pensa que a Vitis Vitiferas, a espécie de videira com que se faz a maior parte dos vinhos modernos, foi desenvolvida no ano de 7500 a.C, na região transcaucasiana, hoje Armenia, e Georgia.
A Vitis Vinifera, prosperava na zona temperada de dois hemisférios entre 50º e 30º graus de latitude norte, e 30º e 40º graus de latitude sul. Esta videira, com a sua grande capacidade de adaptação, foi ocupando progressivamente territórios e sobretudo em condições de um ambiente que a princípio não se prestava para nada.

Entre algumas das principais espécies de videiras (V. Rugosa, V. Lanata, V. Parsifolia e outras ainda), teriam sido criadas sucessivas hibridizações espontâneas, e destas foram originadas um certo número de espécies ancestrais.
As separações das híbridas, os fatores mutantes e mais tarde a seleção voluntária, teriam surgido as multiplas espécies.
A Muscat, e Syrah se pensa que são as videiras mais antigas do mundo, como indica pela etimologia do próprio nome.
História e lenda frequentemente se encontram no caminho dos séculos para narrar ao povo, fatos e maravilhas do mundo antigo.
Se conta que o homem da pré história descobriu, por acaso, que o suco da uva esquecido em uma bolsa de pele, por causa da alta temperatura, havia sofrido uma mágica transformação, com surpeendente resultado.
Na verdade, o gosto era bom e os efeitos inebriantes.
Os primeiros indícios da cultivação das videiras (uma planta que nasce muito antes do homem) se encontram na Ásia menor, na terra entre o Tigre e o Eufrates. Também se foi falado que quando Noé desceu da legendária Arca, quando encalhou no monte Ararat, notou que, em alguns lugares, onde havia sinais de água, o solo fértil poderia dar bons frutos, e assim semeou o que havia tradizo consigo, não havendo pressa de partir, na espera de que esta planta desse os seus frutos. Um sublime suco saiu daquela baga, e uma certa euforia se desencadeou (desprendeu) neste homem…..(tradução ebraico-cristiana). “Noé, o agricultor, começou plantar a videira. tendo bebido o vinho, ficou embriagado…..”(Genesis, IX,20-21).
Nesse ponto, não só foi o inventor do vinho, mas também foi o primeiro bêbado da história.

Entre as tantas coisas sagradas e muito amadas do homem, encontramos a “sacra vite, e bem como o triunfo do seu doce licor, na vida dos homens e deuses.
A videira era considerada como um presente de Deus, pelos egípcios, Osiris, para os gregos e latinos, Bacco, para os itálicos Saturno e para os Ebreus.

As primeiras confirmações de atividades vinícolas pertencem aos antigos egípcios e chegou a nós em um afresco conservado em Tebes, que reproduz cada fase do processo; “a colheita, o esmagamento da uva, a vinificação, o processamento deste fruto, até o transporte em embarcações ao longo do rio Nilo. Os egípcios foram os professores, e guardiães dessas técnicas.
Das narrações que nos foram reportadas, podemos só dizer, como funcionava o processo produtivo deste nectar, mas nunca soubemos e tivemos testemunhas de que soubessem como era o gosto desse sublime suco.
Os vinhos eram em sua maior parte vermelho (as uvas representadas eram só pretas) típicas do clima temperado daquela zona.
Na terra do faraó nasceu os primeiros viticultores e bebedores de vinho. Era descrita na presa a embriaguez desenfreada quando se festejava a lua cheia.
Os vinhos dizem, que eram conservados em ânforas de terracotta, selados e impresso o ano da produção: “Este foi também a primeira tentative de se envelhecer o vinho”.
A história do vinho na Grécia, é certamente, a mais rica, esta bebida têm realizado um papel importante e fundamental desde os primeiros períodos de formação e desenvolvimento desta civilização. Para este povo, o vinho era uma “Pharmakon” uma medicina, mas, ao mesmo tempo poderia ter sido um veneno.

A produção de vinho, naqueles dias, já era conhecida em outras populações, tais como o antigo Babilonios na Mesopotâmia, mas preferiam cerveja ao vinho, enquanto na Grécia antiga foi que o vinho assumiu um papel importante e dali se espalhou por toda a bacia do Mediterrâneo.

Com o surgimento da civilização grega, os métodos de vinificar uvas foram se aperfeiçoando e a embriaguês assume um carácter sagrado, tanto que se reservou no Olimpo um lugar importante para o deus do vinho (Dionysus), o filho de Júpiter (Zeus), e Semele.
Diz-se que Dionisio, revelou a todos os homens os segredos da produção da bebida. A iniciação ao culto desta divindade, prevê beber o vinho em honra desta, celebrando o Chamado "Orge Dionisiache" verdadeira festa dedicada ao vinho. "
A correspondência do latim Bacchus, e do grego Dionysus é quase total: como o deus Latino é o filho de Júpiter e Semele, como Dionysus nasceu segundo a mitologia grega do encontro entre Zeus e Semele também conhecido como "Lua".
Bacchus do latim Bacchus, um nome que na Roma antiga, foi dado ao Deus grego Dionysus.
As maneiras de celebrar e venerar Bacchus e Dionysus, foram os mesmos, embora na Grécia o culto de Dionysus remonta a tempos antigos.
As festas, ditas Bacanais, eram celebrações com libertinagens as quais participavam por hábito, apenas as mulheres.
A respeito da procriação existem na verdade outras versões, mas a mais famosa é aquele de Semele, a mãe de Dionysus.

Aguardem a 2ª parte................